Uma questão de origem!
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- Categoria: a história do vinho
Alguns ainda acham que é uma frescura essa história de terroir... Mas valorizar a origem dos produtos que vêm da indústria agropecuária é uma tendência mundial, que a gente pode observar em diversos mercados, não somente no mundo do vinho!
Se você já ouviu falar, por exemplo, em chocolates de origem, esse termo não se refere ao local de produção, e sim, ao local do cultivo do cacau. Um chocolate de origem controlada é um chocolate feito com cacau cultivado em regiões com reconhecida excelência de suas plantações.
Assim, um chocolate belga ou um chocolate suíço não são, necessariamente, chocolates de origem, mesmo que sejam de qualidade excelente. Um chocolate de origem, independente de onde é fabricado, é elaborado com cacau proveniente, por exemplo, do Equador, da Tanzânia, de Madagascar..., lugares quentes e notórios pela alta qualidade das amêndoas de cacau.
A mesma coisa acontece com café, azeite, queijo, vinho... A origem controlada desses produtos atesta que eles possuem uma característica peculiar e única, que os faz diferentes dos outros.
Concentrando a atenção aqui no Brasil, a primeira indicação de procedência regulamentada foi justamente uma de vinhos, em 2002: Vale dos Vinhedos, que passou a ter um status de denominação de origem dez anos depois, em 2012.
Atualmente, existem dezenas de produtos, no Brasil, com certificação de indicação de procedência ou de denominação de origem, devidamente regulamentados pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Vamos a alguns exemplos?
A Região do Cerrado Mineiro é uma denominação de origem legalmente certificada, desde 2013, para a produção de café da espécie Coffea arábica com identidade única, e de alta qualidade.
Ortigueira é reconhecido pelo INPI como uma denominação de origem para a produção de mel. Condições botânicas específicas dessa região diferenciam o mel nela produzido, que é mais claro e menos ácido.
A valorização da origem dos produtos muitas vezes se dá onde nem há qualquer tipo de certificação. Por exemplo: Atibaia, informalmente, é ou não é uma referência no cultivo de morangos?
Para finalizar, uma lembrança engraçada, para aqueles que ainda acham que a questão do local de origem, tanto do cultivo como da produção, é pura frescura do mundo do vinho: Quem aqui se lembra de Piracicaba e suas famosas pamonhas? Não é mesmo, “freguesia”?
Se quiser ler mais sobre terroir, o conceito por trás dos produtos de origem, clique aqui.
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